A etimologia da tecnologia (das palavras gregas “techne” = arte, habilidade, ofício, “logos” = palavra, discurso, razão) revela que a tecnologia, no seu cerne, tem a ver com a elaboração da sabedoria, um papel que só os livros desempenharam durante séculos, incorporando a essência intemporal do conhecimento e da cultura. A nossa história está agora – em parte – a ser escrita através de uma caneta digital. Um novo cenário de publicação. Novas formas de interação com os livros. Inúmeros desenvolvimentos tecnológicos que facilitam inúmeros formatos nos quais encontramos palavras e mais palavras. Numa era em que não estamos apenas a moldar a tecnologia, mas a ser moldados pela tecnologia, temos de perguntar: o que significa ser humano numa era digital? O que devemos preservar e onde nos é permitido inovar? Como é que a criatividade humana se entrelaça com a inteligência artificial? Como é que uma interação dinâmica entre o intelecto humano e os avanços tecnológicos afeta as nossas capacidades cognitivas? Como é que as redes sociais funcionam como uma plataforma que nos liga enquanto seres humanos? Como estamos a alterar a experiência de leitura?